quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Finjo que não ouço o coração
dizer  teu nome com emoção.
 
Finjo que não ouço teus tristes passos
te afastarem lento dos meus braços.  
Finjo que não ouço cantar o vento,
amainando incômodo tormento.
 
Finjo que não ouço a chuva cair,
assistindo à lembrança fluir.
 
Finjo que não ouço o compasso do solfejo,
que  alimenta meu insensato desejo.
 
Finjo que não ouço o frêmito do mar
no silêncio da noite, ao luar.
 
Finjo que não ouço ecoar meu pranto,
libertando minha alma do espanto.
 
Finjo que não ouço o acalanto do anjo,
que me atrai com a música do banjo.  
Finjo que não ouço o rumor das horas
na soturna madrugada das desoras.
 
Ouço, porém, o apelo da fantasia,
Que veste a realidade de poesia.  
 

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