terça-feira, 30 de junho de 2015

Barão Vermelho MTV ao vivo - O Nosso Mundo

__ Fabíola Simões __ Do texto "Quem ama oferece chaves":

Houve um tempo em minha vida que tinha um prazer surreal de me fixar em portas trancadas. Dava muito murro em ponta de faca e chorava escondido como a mocinha que "se perdeu olhando o sol se pôr...".
Mas a gente amadurece. E aprende a gostar daquilo que tem qualidade...
Não existe final romântico em "morrer de amor". Porque amor não mata, não destrói, não nos torna tristes ou piores_ piores para nós mesmos.
Amor é quando você atravessa portas escancaradas, nunca "meio" abertas, "meio" trancadas, "meio" na dúvida. Quem ama oferece chaves, faz do relacionamento um templo..

terça-feira, 23 de junho de 2015

Dona Moça ... Karla Tabalipa

Esquece essa gente pequena, dona moça. Não é todo mundo que guarda no peito, um baú feito o seu, cheio de inspiração, flores, cores e delicadezas. Tem gente que transforma o que passou, em mágoa. Feliz é você, dona moça, que pega o que restou do passado e transforma em poesia."

domingo, 21 de junho de 2015

Bem assim

(Gustavo Lacombe)

"Tô indo embora hoje. Dando adeus pra mim, pros meus medos e pra tudo que eu receio. E não é que eu não tema mais nada, só não posso continuar amarrado pra sempre. Então, tô aqui me declarando e fugindo dessa versão burra de mim. Abre a porta: minha fuga só termina na sua Vida. Bato aí de mala e cuia, desejo e sonho, loucura e vontade. Já não posso mais levar meus sentimentos para morrerem à margem de toda a ilha de pavor em viver tudo isso. Por fim - e até que enfim, entendi que é preciso coragem para se deixar abraçar e sentir os pés descolarem o chão. E se eu for considerar o tanto que me você me faz voar, pode largar a porta trancada mesmo. Abre a janela. Eu tô fugindo pra tua Vida, repito. Quantas vezes, nesse cafés, bares e afins espalhados pelo Mundo, eu já não travei meus pensamentos ao ver teu sorriso brotar em minhas memórias? E, pior, quantas vezes, lado a lado contigo, fingi e escondi toda a gritaria que você me causa? Perdi a conta. Eu, bobo, querendo me deixar iluminar por ti como uma árvore de Natal, apagava nosso brilho. Não dá mais. Tô indo embora desse lugar que atravanca meu riso e te mantém longe de mim. Sei onde quero chegar e pode escancarar a porta, a janela, o abraço e o coração. Tô chegando, finalmente, pra ficar."

sábado, 20 de junho de 2015

Encerrando ciclos – Por Paulo Coelho

Sempre é preciso saber:
quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela
mais do que o tempo necessário,
perdemos a alegria
e o sentido
das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos,
fechando portas,
terminando capítulos,
não importa o nome que damos.
O que importa é deixar no passado
os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho?
Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada
desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo
se perguntando por que isso aconteceu.
Pode dizer para si mesmo
que não dará mais um passo
enquanto não entender as razões
que levaram certas coisas,
que eram tão importantes e sólidas em sua vida,
serem subitamente transformadas em pó.

Mas atitude
será um desgaste imenso para todos:
seus pais, seu marido ou sua esposa,
seus amigos, seus filhos, sua irmã…
Todos estarão encerrando capítulos,
virando a folha,
seguindo adiante,
e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo…
no presente e no passado,
nem mesmo quando tentamos
entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará:
não podemos ser eternamente meninos,
adolescentes tardios,
filhos que se sentem culpados
ou rancorosos com os pais,
amantes que revivem
noite e dia
uma ligação com quem já foi embora
e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam
e o melhor que fazemos
é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante
(por mais doloroso que seja!)
destruir recordações,
mudar de casa,
dar muitas coisas para orfanatos,
vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível.
é uma manifestação do mundo invisível,
do que está acontecendo em nosso coração
e o desfazer-se de certas lembranças
significa também abrir espaço
para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora.
Soltar.
Desprender-se.
Ninguém está jogando
nesta vida com cartas marcadas.
Portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo,
não espere que reconheçam seu esforço,
que descubram seu gênio,
que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional
e assistir sempre ao mesmo programa,
que mostra como você sofreu com determinada perda:
isso o estará apenas envenenando
e nada mais.

Não há nada mais perigoso.
que rompimentos amorosos que não são aceitos,
promessas de emprego
que não têm data marcada para começar,
decisões que sempre são adiadas
em nome do “momento ideal”.

Antes de começar um capítulo novo.
é preciso terminar o antigo:
diga a si mesmo que o que passou,
jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época…
em que podia viver sem aquilo,
sem aquela pessoa…
Nada é insubstituível,
um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio,
pode mesmo ser difícil,
mas é muito importante.

Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho,
por incapacidade, ou por soberba.
Mas porque simplesmente
aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta,
mude o disco,
limpe a casa,
sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é…

Se for amor, amém. Se for tesão, também..... Escrito por Jocê Rodrigues

Beijo na mão, tapa na cara, andar de mãos dadas, puxão de cabelo, beijo na testa, palavrão, apelido carinhoso, mordida na boca, na língua, no ombro… Assim poderíamos resumir toda boa relação. Não, esse não é o momento de confundir tesão com sexismo e me acusar de ser um ogro e vir com todo aquele papo chato para o qual não tenho a menor paciência. Ao invés disso, venha cá, pequeno gafanhoto, pega uma cerveja, puxa uma cadeira e vamos conversar.

Nada mais idiota do que tentar polarizar a experiência afetiva. A gente trepa, a gente faz amor, a gente transa, a gente come, a gente é comido e só assim temos a possibilidade de sermos felizes pra caralho, nem que seja por um momento ou dois. Não somos menos humanos por isso, nem somos melhores ou piores, esse papinho de regrar o que se pode e o que não se pode fazer é coisa de gente que não goza. Tudo o que se passa na cama depende de 'timing', de desejo, de disposição, não de regras – e vejam só que irônico, o mesmo vale para a relação amorosa fora dela.

Eu, particularmente, acredito na nudez, acredito no corpo, o que não significa superficialidade e descaso com os sentimentos. Acredito no corpo porque é nele que os sentimentos habitam, é através dele que se manifestam.

Essa divisão entre amor e sexo é no mínimo broxante, o tipo de coisa que só intelectualzinho frustrado e zen-budista-xamã-transcendental-do-caralho-a-quatro tem prazer em fazer. Pura masturbação mental (ou metafísica, no caso do segundo tipo).

Tanta coisa pra fazer, tantas partes do corpo pra experimentar com a língua, com os dedos, com as mãos, e tem gente que ainda prefere perder tempo se preocupando em discutir o que pega bem e o que não pega do que sentir e fazer o que tem vontade. Sexo não é política, porra!

Talvez o segredo esteja em encarar cada gemido com a mesma intensidade que encaramos um elogio fofo. Sou capaz de trocar qualquer “lindinho” por uma palavra obscena sussurrada ao ouvido.

Cá entre nós, se existe um território neutro em toda essa guerra de instinto contra sentimento, esse lugar é a cama. Lá os tratados de paz são selados com suor e sêmen, com saliva e pele. É lá que se faz trégua, que alianças são feitas, que sentenças são dadas. Lá qualquer conflito se acaba quando os corpos entram em atrito.

Dois lados de uma mesma moeda, duas notas de uma mesma melodia. Em vez de ficar preocupada(o) se ele(a) só quer transar com você, quando é isso que você também quer de alguma maneira, pense que se for amor, amém; se for tesão, também. Afinal, o corpo (e o coração que está dentro dele) é de quem?

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sábado, 13 de junho de 2015

Damaris Ester Dalmas

"Que minha consciência possa sempre estar leve. A vida não precisa ser um jogo e eu não preciso sempre vencer alguém. Que eu possa sempre encontrar companheiros de percurso, aqueles que me ajudarão a levantar quando eu cair e aos quais sempre estenderei a mão quando precisarem. Que eu possa manter em minha vida aqueles que realmente querem o meu bem, os verdadeiros, e possa deixar pelo caminho aqueles que me desejam o mal e principalmente aqueles que fingem querer o meu bem! Que eu possa sempre ter a consciência tranquila de que venho para somar a quem cruza meu caminho, e nunca pra diminuir em nenhum sentido!"

domingo, 7 de junho de 2015

Disse o poeta Manoel de Barros: "Hoje eu desenho o cheiro das árvores"

"levo para o sono os versos do poeta, então, acordarei com cheiro da árvore inundando o quarto e com o canto de um pássaro ao pé do ouvido, me chamando para acordar, pois a manhã quer me ver e o dia quer de novo me abraçar. "

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Por Marcely Pieroni Gastaldi

Tenho saudade dos sorrisos que me encantaram, dos abraços que me envolveram, dos encontros que fizeram o ar sumir e as pernas tremerem. Saudade do frio na barriga ao olhar nos olhos de quem já foi especial demais para mim. Saudade que chega sem avisar, faz do coração seu abrigo e não tem pressa para ir. Saudade que chega no presente resgatando o passado que tinha tudo para ser futuro. Saudade que transborda em lágrimas, suspiros e desejos de para sempre. Saudade que faz a vida ficar mais doce, mais bonita e muito mais colorida. É aquela saudade desajeitada no amor que foi interrompido, das histórias que foram perdidas e do muito que chegou a ser quase nada. Saudade é lembrança que a vida coleciona de tudo o que fomos e tivemos coragem de ser. É capítulo que emoldura e enfeita o coração. Páginas que pingam emoções sinceras e bagunças que só a gente entende. E eu sei que a minha saudade nem o tempo leva embora.
Tem dias que acordo assim, imersa numa saudade que não se explica, que não sossega e não me deixa em paz. Uma saudade que dói, sufoca e por vezes me rasga inteira. Uma saudade ímpar de tudo que construí e de todos que por alguma razão não estão mais ao meu lado. Diferente da saudade que posso afrouxar através de uma ligação ou visita surpresa no meio da tarde. É aquela saudade que se preenche de vontades, de carinho e certeza que cada segundo valeu o joelho ralado e a distância que hoje prevalece intocável. Uma saudade que faz a vida virar poesia.