terça-feira, 31 de março de 2015

Thomas Merton, em "Homem Algum é uma Ilha"

No fim das contas, o problema da sinceridade é um problema de amor. Sincero não é tanto o homem que vê a verdade e a manifesta tal qual a vê, mas o que lhe tem um puro amor. Mas, a verdade é mais do que uma abstração. Ela vive, e incorpora-se aos homens e às coisas, que são reais. Assim, não se deve procurar o segredo da sinceridade num amor filosófico da verdade abstrata, mas num amor por pessoa e coisas concretas, um amor de Deus, aprendido na realidade ambiente.
É difícil exprimir em palavras a importância dessa noção. O problema fundamental do nosso tempo não é falta de conhecimento, mas falta de amor. Se os homens simplesmente se amassem entre si, não teriam dificuldade em confiar-se reciprocamente, e em partilhar uns com os outros a verdade. Se todos tivessem caridade, achariam a Deus facilmente. "Pois a caridade é de Deus e quem quer que ama nasce de Deus e conhece a Deus" (I Jo, 4,7).
Se os homens não amam, é porque aprenderam, na sua mais remota infância, que não eram amados. A duplicidade e o cinismo do nosso tempo pertence a uma geração que é bem consciente, desde o berço, de não ser desejada por seus pais

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