quinta-feira, 2 de abril de 2015

Por .. Marcely Pieroni Gastaldi

Os pensamentos estão dando órbitas colocando o meu juízo no chinelo. Não consigo me concentrar em uma tarefa que seja. Estou desatenta. Nada me cativa. De um lado pro outro, já vi o céu de brigadeiro ficar cinza e o meu humor acompanhou a mudança. Estou quieta no meu canto, lendo apressadamente as linhas que escrevi nos últimos dias para ver se pego alguma pista misteriosa que explique com clareza esse alto e baixo emocional que estou enfrentando. Quero colo e cobertor. Se possível uma mão para segurar enquanto a outra bagunça o meu cabelo em cafunés desmedidos. Se não for abusar demais, um olhar compreensivo que me convença de que minha loucura é apenas momentânea ia ajudar bem. Preciso de refúgio com bula. Aqueles que acolhem, consertam e ainda fazem a gente enfrentar de frente os fantasmas que se amontoam na bolsa de mão. Ando com preguiça de viver a fossa. De chorar até os olhos ficarem inchados e as bochechas vermelhas. Chorar enquanto as frases ficam desconexas em meios aos soluços que são emitidos no ar. Chorar enquanto o peito finalmente se abre diante das dores e cicatrizes que não tem dado conta de remediar.

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