Tirar um tempo pra mim envolve certa necessidade de aprofundar assuntos que tenho tentado deixar pra depois. Não estou fugindo de nada, só tenho tentado ganhar tempo para digerir o que ficou pela metade. Eu sei que o tempo não para e que a vida não perdoa, mas sou justa com o coração que também não esquece de uma hora pra outra. Tenho tentado dar tempo ao tempo e enquanto tudo isso não se resolve vou brincando de dar vida a tudo o que acredito. Há meses que tenho sido mais corajosa e mais disposta, destemida talvez. Antes eu cogitava demais o próximo passo. Não saltava sem antes ter certeza que todas as rotas estavam devidamente traçadas e eu estava amparada por um plano B, C e D se fosse o caso. Custei a entender que no improviso a vida floresce melhor e decidi tirar o pé do acelerador. O silêncio ecoa todas as verdades que a rotina abafa diante dos seus barulhos ensurdecedores. E por isso o tenho evitado. Está tudo alinhado dentro dos pensamentos, embora eu não tenha resposta pra muita coisa ainda, o necessário para colocar uma pedra e ir eu tenho. Só não estou pronta para assinar esse roteiro que arranhou o meu coração por inteiro.
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