sexta-feira, 20 de março de 2015

Por Marcely Pieroni Gastaldi


Me perdoa por não ver o amor com essa sua ingenuidade bonita de criança que o experimenta pela primeira vez. Não posso apagar da memória todos os arranhões que meu coração coleciona, quem dirá maquiar as cicatrizes que carrega. Não posso fazer de conta que não sei para onde vou ou como tudo pode terminar. Me perdoa por não fechar os olhos e simplesmente me deixar envolver pela brisa leve que sua companhia me traz. Eu gostaria muito de embarcar com você nesse mundo paralelo edificado por sonhos e futuro-mais-que-perfeito, mas preciso manter os pés no chão porque sei o peso das consequências de todas as escolhas que faço e magoar você faz parte delas, não quero e não posso. Me perdoa por ter tido histórias não tão felizes que me roubaram o doce do conto de fadas. Já não posso me colocar no alto de um torre enquanto você corajosamente luta contra malfeitores para me salvar. Me perdoa por ter me resgatado sozinha, por ter reparado os meus erros e ter finalmente entendido o que me faz feliz de verdade. Se eu ainda não soubesse que tudo passa, talvez aceitasse ser protegida por você. Me perdoa por não poder caminhar ao seu lado, por ter enxergado tão nitidamente o desencontro de momentos. Esse amor genuíno me redecorou,me fez viver sem pressa outra vez. E agradeço. Uma pena que cronologicamente estejamos tão distantes. Me perdoa por estar distraída o suficiente para acreditar que pudesse dar certo. Quem sabe um dia. Mas não agora.

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