sexta-feira, 10 de abril de 2015

Por : Marcely Pieroni Gastaldi

Compartilhar os dias de sol é fácil, quero ver segurar a sua mão quando o mundo girar depressa demais e você perder o controle. Ele nunca permanece. Enfeita algumas molduras, arranca alguns suspiros, arranha a pele e depois vai embora sem que você perceba. Conhece o seu jeito e decora os olhares debochados e cara amarrada de longe, mas não fica. Está sempre atarefado demais e a pegação só é válida se não for no pé. Tem desculpa pra tudo, e quase sempre tenta ser o melhor pra você. Embora se recuse a tomar outro rumo que não seja o seu caminho. Ele não entende o quanto que te afeta. Acha bonitinho ter alguém esperando por ele, não importa o que aconteça ou o que ele faça. Ele é bom, sabe persuadir sua razão como ninguém e ainda consegue jogar tão sujo ao ponto de inverter a situação e você sair sempre como a menina mimada que quer tudo na mão. Ele na verdade subestima sua capacidade de ir sem olhar pra trás. De colocar de uma vez por todos o ponto final e deixá-lo ali sem muitas informações e aberturas. Podar as artimanhas de Don Juan barato enquanto muda o roteiro da sua vida. Enquanto ousa experimentar um novo caminho só para variar. Você não está fugindo dele, só está evitando as ciladas viciosas que te fazem perder tempo e sorrisos com alguém que sequer descobriu o que vai ser quando crescer, porque convenhamos, ele ainda não percebeu que há tempos já alcançou a idade adulta.

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