sexta-feira, 10 de abril de 2015

Por : Marcely Pieroni Gastaldi

Que os valores estão se perdendo não é novidade, mas o que me assusta mesmo é que ainda hoje exista tanto preconceito ditando regras abusivas e absurdas por aí. A moral está quase extinta, os julgamentos a todo vapor. Apontar o dedo é tão natural que a sensação que tenho é que a qualquer momento posso estar no banco de réus por discordar de uma situação, por manter a minha opinião mesmo que ela seja contrária a uma maioria. Verbalizam tantas atrocidades, que me preocupo de verdade com o mundo que vem sendo semeado. A palavra tolerância não existe mais. Respeito dissolveu-se no tempo. Bom senso vive guardado. Ofensas são ofertadas, a hipocrisia acompanha atitudes maldosas contra aqueles que pensam, agem ou são diferentes ao modo limitado com o qual muitos vivem. Está tudo fora de controle. E as prioridades estão todas bagunçadas. Chegamos num ponto em que um beijo entre pessoas do mesmo sexo choca mais que a violência doméstica, o racismo escancarado, estupros, pedofilia, homicídios planejados friamente pela família. Um pai matar um filho ou vice versa, deixa de ser repugnante por causa de um beijo? Crianças serem abusadas deixa de ser revoltante diante das agressões que pessoas de outra cor ou etnia sofrem? A ambição em crescer a qualquer custo, que atropela quem vem pela frente deixa de ser vergonhoso mediante a corrupção? O que me choca é a banalização. A falta de respeito, a ausência de livre arbítrio, a proibição forçada de você não poder ser quem você é porque ainda há aos montes por aí desocupados e desumanos ferindo a ética, a individualidade e a identidade de pessoas que tentam viver a própria vida sem prejudicar, agredir ou desrespeitar. Que direito é esse que te foi dado, onde seu modo de ser e pensar direcionam todo o resto do mundo? Que visão mesquinha e distorcida é essa onde um gesto de carinho é bizarro e as notícias imundas que vemos diariamente nos telejornais não mancham a imagem da família brasileira? E a sujeira continua sendo empurrada pra debaixo do tapete.

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