sábado, 28 de dezembro de 2013

Marcely Pieroni Gastaldi

Eu fiz algumas escolhas. Decidi que era hora de viver o que eu sempre tive vontade. Deixei de lado os preconceitos que alimentava e decidi andar sozinha. Não queria nomear, não queria justificar, eu só queria construir um caminho que fosse seguro. Sentir a brisa leve daquela noite de domingo me deu coragem de fazer a minha vida andar. Eu precisava. Havia tempo que ficava sentada acompanhando nos bastidores a vida se ajeitando entre um sonho realizado e um medo superado. Mas ainda sentia que faltava alguma coisa. Eu sempre vivi em função das minhas expectativas, na verdade, eu sempre enlouqueci para dar conta de tudo o que esperavam de mim. Não sei, frustrar quem está por perto nunca me pareceu bonito e nessa dança desgovernada, eu frustrei a mim mesma. Silencie as loucuras, deixei de lado as vontades de menina e me joguei pro mundo como mandava o figurino.
Fiquei cansada de fazer cara de paisagem, de embarcar em viagens vazias sem propósito algum. Eu cansei de superfície, cansei desse comodismo de não conhecer e só julgar. Por isso, me libertei de culpas, medos, fantasmas e anseios. Eu deixei a vida me levar. Pela primeira vez em muito tempo eu dei voz ao meu coração. Deixei de lado a razão, parei de calcular tudo. Não nego, alguns tombos me devastaram, outros me fizeram sentir mais forte. Alguns me fizeram reviver o mundo de sonhos que permiti adormecer. E foi assim, que descobri que escolhi o melhor caminho: o do permitir-se. Sem receitas prontas, fórmulas milagrosas e cura imediata. Eu me remediei na proporção exata de cada passo que dei. E que saber? Andar sozinha por aí, enfrentando os meus obstáculos tão criados e estruturados me fizeram sentir forte e capaz outra vez.


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