quinta-feira, 3 de março de 2016

A alegria de ter 30 e poucos anos ... Martha Medeiros

Quando tu fazes 30 anos, não dá mais para fingir. É impossível trabalhar num lugar que tu odeias, é impossível namorar quem tu não amas e é impossível não cuidar bem do teu corpo. Depois dos 30, tu estás mais sintonizado com o teu corpo, o teu coração e a tua alma.

Algumas mudanças são difíceis… o teu corpo começa a rejeitar algumas coisas como excesso de café ou ficar bêbado e acordado a noite inteira. O teu coração começa a interessar-se menos por explorar livremente por aí e mais por intensificar algo com quem tu realmente gostas.

A tua essência está mais conectada com os teus verdadeiros desejos. Aos 30, tu paras de enganar tanto as pessoas. E, consequentemente, tu também paras de te enganar. Aos 30, tu começas a perceber quem és e o que queres. Aos 30, tu estás confiante sobre as tuas qualidades, mas também conheces os teus pontos fracos. Aos 30, tu substituis desculpas esfarrapadas por verdades. Aos 30, uma ressaca não é mais uma leve dor de cabeça no domingo de manhã… É tipo o pior dia da tua vida.

Quando eu fiz 30 anos, eu resisti a muitas dessas mudanças. Eu chorei quando o médico me mandou tomar menos café e mais Omeprazol. Eu fiquei indignado quando fiquei bêbado com duas cervejas e ainda me senti morto no dia seguinte. Senti que tinha algo errado comigo por não querer aproveitar a noite de sexta.

Quase 3 anos depois, eu estou apaixonado pelos meus 30 e poucos anos.

Eu faço o que eu quiser das minhas noites de sexta. Geralmente, eu leio um livro ou assisto Netflix. Coloco uma roupa confortável assim que chego em casa, e deito-me quando me apetecer. Se eu saio, faço coisas como ir a uma aula de yoga noturna. Quando eu tinha 24, tu jamais me encontrarias num sítio desses em plena sexta-feira. A não ser que lá estivesse a acontecer uma festinha hipster…

Claro que ainda tomo uma ou outra taça de vinho, mas a minha semana não gira mais em torno de beber. Quando me perguntam se eu quero fazer alguma coisa, eu já imagino um programa ao ar livre ou uma viagem para algum lugar interessante, e não necessariamente beber.

Eu achava que gente que acorda cedo vinha de outro planeta. Lembro-me que uma vez, durante a faculdade, cheguei na casa dos meus pais com um amigo lá pelas 5 da manhã, depois de uma noite fora de casa. Cheguei a tropeçar em mim mesmo, de tão bêbado, e dei de cara com o meu pai. Ele já estava acordado e a amarrar o ténis, pronto para correr. Ainda não cheguei nesse nível de acordar às 5 da manhã, acho que é um hábito que começa lá pelos 50. Mas os meus dias favoritos são os que eu estou na rua logo de manhã, a respirar ar puro e a exercitar-me.

Aos 20, tu queres ser amigo de todo o mundo. Tudo gira em torno de conhecer gente nova para sair. Tem aquilo de “no sábado vai rolar tal coisa”, que quase sempre se resume em 5, 10 ou 20 amigos aleatórios no bar ou na discoteca.

Aos 30, fazer esse tipo de coisas começa a ficar desinteressante. Tu já sabes quais são os teus amigos de verdade. Depois de anos de “vamos marcar alguma coisa”, essas saídas são substituídas por programas mais intimistas. É claro que, de vez em quando, eu topo uma festinha, mas geralmente prefiro conversar com alguém que seja realmente importante para mim, que faça parte da minha vida e que eu gostaria que estivesse no meu casamento – e não alguém que só curte as minhas fotos no Facebook.

É uma delícia cuidar do teu corpo e do teu coração com mais carinho, ser fiel a quem tu és e ao que tu desejas. Inclusive, ficar em casa numa sexta-feira e aproveitar a vida com quem tu realmente queres.

Essa é a alegria de ter 30 e poucos anos.



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