segunda-feira, 1 de junho de 2015

Por Marcely Pieroni Gastaldi

Tenho saudade dos sorrisos que me encantaram, dos abraços que me envolveram, dos encontros que fizeram o ar sumir e as pernas tremerem. Saudade do frio na barriga ao olhar nos olhos de quem já foi especial demais para mim. Saudade que chega sem avisar, faz do coração seu abrigo e não tem pressa para ir. Saudade que chega no presente resgatando o passado que tinha tudo para ser futuro. Saudade que transborda em lágrimas, suspiros e desejos de para sempre. Saudade que faz a vida ficar mais doce, mais bonita e muito mais colorida. É aquela saudade desajeitada no amor que foi interrompido, das histórias que foram perdidas e do muito que chegou a ser quase nada. Saudade é lembrança que a vida coleciona de tudo o que fomos e tivemos coragem de ser. É capítulo que emoldura e enfeita o coração. Páginas que pingam emoções sinceras e bagunças que só a gente entende. E eu sei que a minha saudade nem o tempo leva embora.
Tem dias que acordo assim, imersa numa saudade que não se explica, que não sossega e não me deixa em paz. Uma saudade que dói, sufoca e por vezes me rasga inteira. Uma saudade ímpar de tudo que construí e de todos que por alguma razão não estão mais ao meu lado. Diferente da saudade que posso afrouxar através de uma ligação ou visita surpresa no meio da tarde. É aquela saudade que se preenche de vontades, de carinho e certeza que cada segundo valeu o joelho ralado e a distância que hoje prevalece intocável. Uma saudade que faz a vida virar poesia.

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