Marla de Queiroz

Então tá tudo aí. A gente aprendeu que perder é tão tangível. Então temos todas essas expectativas de virada de ano e um medo absurdo nos espreita, uma esperança absurda nos abraça. Somos fortes mas falíveis, agora sabemos também disso. Somos mortais e as pessoas que amamos se vão antes que tenhamos tempo de nos despedir. Então nos desiludimos totalmente e aprendemos a recomeçar. Ficamos desnorteados a princípio, um tanto melancólicos de vez em quando, perdemos a esperança tantas vezes e nos desconectamos de nós mesmos. 

O fato é que a vida vai seguir de qualquer jeito, e o tempo vai passar de qualquer forma. Nós somos responsáveis por tudo o que vive, vigora, se expande ou retrocede. Nós somos os proprietários do agora! E há essa agonia sob o sol esperando a insatisfação com a próxima tempestade.Se a gente só quiser reclamar, motivos estarão para sempre disponíveis. Então assuma a sua responsabilidade e saiba que perder também é ganho, que sofrer também é válido, que crescer abrange tudo.  

Sejamos humanos, não apenas tolos. Sejamos sensíveis, não apenas ingênuos. Caibamos no oco e no pleno, estejamos vulneráveis, mas serenos. Porque no fundo, nós vamos crescer para nós mesmos e o mundo vai se beneficiar da nossa imensidão. Cultivar a avareza não preserva a riqueza: resseca a flor, o broto e a semente. Nos faz viver em vão.

Coragem pra ser 

mais do que se é: 

um tanto bem melhor 

do que já fomos. 

Um pouco tão maior 

do que nós somos. 

Sejamos boas notícias.

Feliz pensamento novo!

Marla de Queiroz