quarta-feira, 4 de março de 2015

Marcely Pieroni Gastaldi

Você precisa seguir. E sabe disso. Não adianta. Eu posso ficar horas aqui enumerando bons motivos que te fariam sair do sofá, mas nenhum deles será bom o bastante se você não decidir abandonar o luto que se encontra. Esquecer não é instantâneo e até o momento não temos um filtro onde as emoções são contidas com o abrir e fechar de uma torneira, mas você pode sair dessa. É inevitável não sofrer. Fazer planos é uma delícia, deixá-los inacabados quando a outra parte decidi ir é frustrante. Incomoda a ausência. Incomoda os planos que ficaram pela metade. Incomoda o fato de você não poder ouvir, sentir ou procurar o rosto que até ontem fazia tudo se estabelecer. Abrir mão da rotina que foi traçada é difícil. Custa tempo, e inúmeras noites mal dormidas. Você se assombra com tudo o que poderia ter sido e não foi, com tudo que edificou e acabou voltando ao pó. Você fica preso até optar por enxergar o mundo ali fora. E não adianta ter pressa. Ser vítima da carência também não ajuda. É natural desejar uma companhia que cure tudo o que ficou pela metade, mas daí você descobre que tapar o sol com a peneira não é eficaz, só mascara uma situação que ainda te custa aceitar. Se já é complicado desatar o laço, quem dirá o nó que vai se emaranhando nas expectativas que não serão compensadas. Você precisa decidir qual o caminho que quer seguir. Não é preciso ter todos os trajetos traçados, basta ter um ponto de partida e pronto: você se engata outra vez. Não adianta fazer beicinho, o coração precisa de tempo para se recuperar e não é ensaiando qualquer enredo que tudo volta ao normal. Saiba respeitar o seu tempo, mas acima de tudo, saiba priorizar o que você quer de verdade. Amor bonito é gratuito e não surrado.
Marcely Pieroni Gastaldi

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